Quem me dera ver a minha cidade como estrangeiro.
E nunca perceber que a beleza das meninas daqui
Não as torna mais bonitas que as meninas do mundo.
Quem me dera não ter as minhas, minas, meninas dos olhos.
Poder ver – pra ver e poder – tudo isso, como se não fosse meu...
(devia ser, no mundo, que nos tornássemos donos de tudo o que já vimos mais de um milhão de vezes)
Assim, talvez, minha cidade não fosse tão feia
pasmem, porque minha cidade pode parecer bela aos que não viram a minha cidade
aos que são puros, aos que são bons, aos que não têm o meu coração
(Ao Papa, meu Deus!, ao Papa)
Quem me dera não ver a minha cidade
Quem me dera não conhecer cada rato e cada esgoto da minha cidade
Quem me dera não saber pra onde correr na minha cidade
quem me dera a minha cidade fosse a cidade dos outros
e eu não amasse a minha cidade.
Puxa vida!
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