sábado, 27 de junho de 2009

é que talvez, mas só talvez...

É cada coisa,
Cada momento maluco,
Cada sentimento exasperado
Guardado a sete chaves
Esperando a sua hora certa...
É cada grito bobo,
São tantas promessas que não deviam ser feitas,
E as ameaças, então...
É cada coisa que no momento seguinte torna-se nada,
Mas ameaças, momentos, promessas,
Sentimentos exasperados
Têm uma caixa funda, mas muito bem guardada,
Na memória morta de cada um de nós.
Todo mundo podia ser feliz
Se a felicidade de um não dependesse de outro.
O melhor na vida talvez, afinal, não seja viver.
Por isso calei meu tom de voz alto
E me resignei aos motivos maiores:
Eu não quero mais ser feliz,
Eu só quero viver em paz.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

lá de baixo.

Eu sou um prédio de cento e quarenta e três andares
Que se acostumou a ver a cidade de cima,
Aprendeu a observar, a entender simplesmente
Sou um prédio ainda em vida,
Sou pedra sobre pedra sobre pedra,
Sou um caco.
Sou poeta, e no mais sou apenas eu
Sem pedras no caminho, ou pedras sobre pedras.
Apenas sonho,
Apenas quero,
No mais, sou sorte sobre nada.
E não quero nada, não sonho nada
E nem sonharei.
Eu sou um prédio de cento e quarenta e três andares.
Mas sou térreo,
Sou estático, sem movimentos
Olhando de cima, mas só pra dentro de mim
Olhando de cima, e abaixo de todos.