quarta-feira, 29 de junho de 2011

Os Tubos.

Tubos, tubos, tubos,

Que me invadem a barriga e o braço!

(não tenho certeza se estou acordado.)

O escuro, em si,

É mais definitivo que a imagem.

Tubos, tudo tubos:

As veias e o intestino do mutilado.

(talvez esteja morto, talvez desacordado)

No escuro e no frio que é a gente mesmo

Quando não temos pensamento algum

O espaço é só nosso corpo inteiro:

Tubos, tubos, tubos!

A morte é a companhia real do companheiro,

(Acho que estava morto, mas veja,

acordei desse jeito:)

Tubos, todo tubos.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Flores Murchas.


E as flores de outrora
Não é que murcharam agora?
E nem por isso sou menos feliz
(flores murchas são mais gentis...)
Não dizem nada a meu respeito
E não dizem a respeito de nada
(flores murchas são mais amadas...)
E as flores de mais alta estatura
Satisfeitas e refeitas são, ainda, duras
E eu, híbrido do meio, sou flor e cultura
(flores murchas são mais seguras...)
E nem por isso sou menos que era
(flores murchas são mais sinceras...)

domingo, 26 de junho de 2011

Ao Mundo, Para o Mundo!


O que eu devia

Era contar a história do mundo!

A história de todas as pessoas do mundo!

Mas eu não gosto,

(e também não preciso!)

De ter vontade de chorar.

Calma, calma!

Não quero dizer de nada disso!

E pode ser que um compromisso

Me tire a vontade de falar.

(A história do mundo é tão bonita

É tão afoita e passageira,

Como o que acontece em todo lugar...)

Eu, também, não sei de tudo,

Mas, veja bem, imagino muito!

E, sem saber, posso inventar...

A história do mundo é a minha história

(e o que acontece atrás da porta):

Mundo sem fronteira,

Gente sem lugar.