sexta-feira, 26 de junho de 2009

lá de baixo.

Eu sou um prédio de cento e quarenta e três andares
Que se acostumou a ver a cidade de cima,
Aprendeu a observar, a entender simplesmente
Sou um prédio ainda em vida,
Sou pedra sobre pedra sobre pedra,
Sou um caco.
Sou poeta, e no mais sou apenas eu
Sem pedras no caminho, ou pedras sobre pedras.
Apenas sonho,
Apenas quero,
No mais, sou sorte sobre nada.
E não quero nada, não sonho nada
E nem sonharei.
Eu sou um prédio de cento e quarenta e três andares.
Mas sou térreo,
Sou estático, sem movimentos
Olhando de cima, mas só pra dentro de mim
Olhando de cima, e abaixo de todos.

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