sábado, 3 de setembro de 2011

O que há de Homem em mim:

O verde-claro

o mar, marasmo

a reta, o cimento

tão só momento...

E o desenho:

são eu, sou eu.


A esfinge quando devora

o não-ser, nonsense

a dor que não sente

a resposta certa...

E sua negativa:

são eu, sou eu.


O valor das coisas

a sensação do gozo

o cheiro de novo

o que pensa o outro...

e as Mouras:

são eu, sou eu.


O amor de dia

a veia vazia

aposto e vírgula

a verdade dita...

E a mentira:

são eu, sou eu.


A razão sozinha

o ponto-cego

o que não havia

a paixão, o medo...

E a filosofia:

são eu, sou eu.


O fraco, o pálido

um Baco, o rápido

A transa, o transido

a musa, a música...

e a angústia:

são eu, sou eu.


O vidro estilhaçado

o porta-retrato

a mulher nua

e seu sinônimo...

O heterônimo:

sou eu, são eu.