Tarde da noite, quando só sobram estrelas
Vadio meu pensamento, ficamos eu e elas
E sozinho, vou arrumando o passo
Reacendendo a chama, varrendo o caminho
(tarde da noite, quando soçobram estrelas)
Nessa hora da noite, confesso, nem eu existo
Mas organizo o pensamento de dez encarnações
Ouço estrelas tricotando pressentimentos
Vou à janela e até me esforço: não posso vê-las
(quando só há sons, na hora das estrelas)
Sei e confesso que qualquer rima é passageira
E eu, por mais que viva, vivo breve e passageiro
Solto na pequena diocese de uma alma pequena
Porém extrema, refém, vós me dizeis, refém!
(Ora (porém), vos digo, só ouço estrelas!)