O verde-claro
o mar, marasmo
a reta, o cimento
tão só momento...
E o desenho:
são eu, sou eu.
A esfinge quando devora
o não-ser, nonsense
a dor que não sente
a resposta certa...
E sua negativa:
são eu, sou eu.
O valor das coisas
a sensação do gozo
o cheiro de novo
o que pensa o outro...
e as Mouras:
são eu, sou eu.
O amor de dia
a veia vazia
aposto e vírgula
a verdade dita...
E a mentira:
são eu, sou eu.
A razão sozinha
o ponto-cego
o que não havia
a paixão, o medo...
E a filosofia:
são eu, sou eu.
O fraco, o pálido
um Baco, o rápido
A transa, o transido
a musa, a música...
e a angústia:
são eu, sou eu.
O vidro estilhaçado
o porta-retrato
a mulher nua
e seu sinônimo...
O heterônimo:
sou eu, são eu.
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