terça-feira, 4 de outubro de 2011

Ora (direis), ouvir estrelas

Tarde da noite, quando só sobram estrelas

Vadio meu pensamento, ficamos eu e elas

E sozinho, vou arrumando o passo

Reacendendo a chama, varrendo o caminho

(tarde da noite, quando soçobram estrelas)

Nessa hora da noite, confesso, nem eu existo

Mas organizo o pensamento de dez encarnações

Ouço estrelas tricotando pressentimentos

Vou à janela e até me esforço: não posso vê-las

(quando só há sons, na hora das estrelas)

Sei e confesso que qualquer rima é passageira

E eu, por mais que viva, vivo breve e passageiro

Solto na pequena diocese de uma alma pequena

Porém extrema, refém, vós me dizeis, refém!

(Ora (porém), vos digo, só ouço estrelas!)

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