segunda-feira, 17 de agosto de 2009

exercício de imaginação

Estou sentado bem perto do mar,
Quase na calçada, quase na areia,
Ainda não sei bem ao certo...
É noite, e chove de tempestade
A estrutura do mar se abala
E os uivos do vento assustariam qualquer um,
Fico mais tranquilo que nunca.
Sinto cada gota que se lança contra meu rosto,
Cada pedacinho de água que cai pelo meu corpo,
Estou só, mais só do que já estive
E aí posso rir como nunca.
De longe, não sei de onde
Meus ouvidos decifram uma canção que não me é estranha,
Pode ser Chico, Gil, Caetano, ou Raúl
Pode ser eu, pode ser qualquer um.
E de repente, percebo, é o Rio de Janeiro,
E vejo vindo ao meu eu encontro um Cristo de pedra,
Ele vai diminuindo pra eu chegar ao seu tamanho
Ele me olha, sorri pra mim,
Eu vou até ele, eu pedra molhada de chuva
Ele todo sangue, todo corpo, todo espírito
Sorrio também,
E lhe dou um abraço, e os braços abertos
Agora estão fechados em torno de mim...

Ele me diz em segredo:
“ estou esperando esse abraço faz séculos,
mas parece que ninguém tinha tido essa idéia”.

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