segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Um quase Giotto di Bondone

Era afeito às coisas simples,
Como o pintor que desenhou um círculo.
Era Forte. Breve, mas forte,
E se fosse americano,
Era bem capaz de fazer filme americano!
(se fosse francês não passaria na porta de um cinema...)
Mas nasceu, e já devia ter um ano que nasceu,
Na corda sempre bamba da América do Sul:
Pra não ser rico
Pra não ser fino
Nem elegante
Nem quixotesco
Nem jogador
Ator de novela
Não era nada
Nem muita coisa
E um belo dia
Conheceu Morena
Conheceu Morena
Conheceu Morena...
E foi conhecer Morena, deu pra escrever poesia!
(e gostar de cinema francês, o coitado!)

Um dia Morena cansou de ser Morena,
Mudou, mudou, Morena mudou de forma,
Passou a folha de papel em branco.
(Daí pra nunca mais...)

A simplicidade perdeu das suas cores fracas,
O círculo deixou de ser círculo
E virou filosofia...

Pobre Morena!

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